quinta-feira, 11 de abril de 2013

Chá da Tarde




No bosque perto da minha casa morava uma donzela. Bem, ela se mostrava como uma donzela, mas eu tinha certeza que se tratava de uma criatura mágica. Ela tinha uma aura luminosa, algo de místico e etéreo... Eu a admirava imensamente e certo dia eu a convidei para o chá da tarde. Coloquei a mesa no jardim, usei a porcelana mais elegante, pratiquei os meus mais aprimorados dotes culinários e fiz um arranjo com as suas flores favoritas. Eu a esperei por horas, mas ela não apareceu. Juntei todas as coisas e as guardei com lágrimas contidas nos meus olhos.
Eu estava triste e irritada. Fui dormir cedo aquela noite. Quando me deitei ela veio à minha cama e beijou minha bochecha. Então sussurrou baixinho ao meu ouvido dizendo que tinha adorado o chá e que eu tinha caprichado em cada detalhe. Ela tinha modos mágicos de agir. Sempre se manifestava de forma diferente. Era uma borboleta que pousava perto de mim, uma brisa suave que tocava o meu rosto...
Eu a amava, amava muito! Ela também me amava. E como todo mero mortal eu havia criado uma expectativa de como ela deveria demonstrar o seu amor por mim e somente naquela noite eu percebi que a sua maneira de demonstrar que me amava exigia de mim muito mais sensibilidade para perceber. Ela agia de maneira muito amável, porém pouco perceptiva a olhos frios. 

Imagem: We heart it

2 comentários:

  1. Amei o texto.
    Você sempre coloca o "mágico" ou "irreal" neles, adoro isso!
    *-*

    xoxo, Belle

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  2. que delícia!
    adorei o texto!
    Beijos!

    www.fashionfrisson.com

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