Suavemente Maio se insinua
Por entre os véus de Abril, o mês cruel
E lava o ar de anil, alegra a rua
Alumbra os astros e aproxima o céu.
Até a lua, a casta e branca lua
Esquecido o pudor, baixa o dossel
E em seu leito de plumas fica nua
A destilar seu luminoso mel.
Raia a aurora tão tímida e tão frágil
Que através do seu corpo transparente
Dir-se-ia poder-se ver o rosto
Carregado de inveja e de presságio
Dos irmãos Junho e Julho, friamente
Preparando as catástrofes de Agosto...
Vinícius de Moraes
Pessoal, desculpe o sumiço. Está difícil conciliar a vida com o blog, então estou tentando voltar.
Esses dias eu estava relendo um livro com poemas do Vinícius de Moraes que tenho na estante e decidi publicar esse no último dia de Abril. Que venha um lindo Maio para todos nós!!
Que soneto lindo! Eu não conhecia :)
ResponderExcluirUm abraço o/