Há algum tempo eu estava conversando com
um amigo, meu melhor amigo para ser mais precisa, e estávamos falando sobre
mudar de opinião. A educação que eu recebi da minha mãe visava me dar uma
grande liberdade para que eu tivesse flexibilidade de escolha, inclusive se eu
quisesse mudar de opinião em relação a alguma decisão que eu havia tomado. No
entanto, esse meu amigo teve uma educação diferente em diversos aspectos, e ele
me disse que foi ensinado que não era bom mudar de opinião, que isso demonstrava
certa fraqueza de caráter, era algo típico de pessoas que não sabiam o que
queriam da vida. Ele deu até um exemplo bobo “se eu escolhesse que minha cor
favorita era verde hoje, eu não poderia mudar isso, eu não poderia decidir
amanhã que eu gostava mais de azul, logo vinha alguém perguntar ‘mas a sua cor
favorita não é verde?’”.
Essa não é e nunca foi uma competição
para ver quem teve a melhor educação, a questão não é essa, mas por conta da
forma com que eu fui criada eu nunca parei para observar que outras famílias
ensinavam valores diferentes em relação a esse aspecto que parece tão pequeno e
como a sociedade, num geral, impõe valores similares, a mudança não é muito bem
vista mesmo quando ela é positiva. Cansei de ouvir comentários como “Nossa!
Fulano era tão machista e agora mudou totalmente o discurso” – e falam num tom
de crítica como se por conta de uma fala infeliz ou do modo com que essa pessoa
pensou em determinado momento de sua vida deveria permanecer desse modo até o
fim sua vida. Não que um homem mereça ser aplaudido por não ter uma atitude
machista, mas eu só penso “Que bom que esse ser humano evoluiu”.
E por falar em evolução, eu acho que a
questão é exatamente essa. Que bom que estamos em processo evolutivo, que viemos
ao mundo, encarnados num corpo de ser-humano para que pudéssemos realizar essa
tarefa esplêndida, mesmo que as suas crenças sejam diferentes, é possível que
você ainda acredite que o ser humano evolui ao longo de sua vida. E muitas
vezes nos falta um pouco de empatia ao analisarmos certas situações. Lembro-me
que esse meu amigo já se envolveu em algumas confusões por expressar ideias
preconceituosas que ele reproduzia de acordo com aquilo que ele aprendeu na
convivência familiar ou com outras pessoas e algumas vezes em que presenciei
isso eu apenas pensei “ele diz isso agora, mas futuramente ele vai amadurecer e
perceber que não é bem por aí”. Não estou dizendo que todas as pessoas vão
mudar de ideia no futuro, mas eu o conhecia o suficiente para saber que isso
aconteceria.
É preciso ter um pouco de fé na
humanidade! E eu vou ter de citar essa frase porque há algum tempo eu estava
extremamente descrente da humanidade e esse meu amigo me deu um puxão de orelha
quanto a isso. Nós precisamos ter fé na humanidade, porque tem muita gente ruim
no mundo, mas tem muita gente incrível fazendo coisas extraordinárias. E se
querem saber, eu mesma já disse coisa muito idiota, que lembrando eu me
arrependo, mas fico aliviada por ter evoluído, por ter recebido essa
maravilhosa oportunidade de mudar de ideia.
Some time ago I was talking to a friend, my best
friend, and we were talking about change minds. The education I receive from my
mother intended to let me free to choice whatever I wanted even if I decided to
change my mind. But it was not his case, he received a different education in
too many ways, his parents taught him that was not good change idea, it was an attitude
of a person who has a weak character, someone who didn’t know what really wants.
He gave me a silly example “If I decided my favorite color is green today I
couldn’t say my favorite color is blue tomorrow. Someone always asked me ‘but
wasn’t green your favorite color?’”
This is not and never was a completion about who had
the best education, it’s not the question, but because of the education I received
I had never noticed that other families taught different values about this subject,
that seems something so simple, and how the society, in general, imposes
similar value, change mind is not seen as something good, even when it’s a
positive changing. I’m tired to listen so speeches like “Oh, look that guy, he
was so male chauvinist and now he changed totally” – and they speak in a tone
of criticism, as if a person who say something bad in some moment or who think
something wrong needs to be like this for all his/her life until the end. I don’t
think a man deserves to be applauded for having no chauvinist attitude, but I just
think “He evolved, that’s nice!”
And speaking of evolution, the question is exactly this.
How nice is the fact that we’re in an evolutionary process, we came to this
world embodied in human beings bodies to accomplish this spending task, even
your beliefs are different, you probably believe that human beings evolve throughout
his or her life. I remember that this friend who I mentioned was already
involved in some confusions for expressing prejudiced ideas and they were just
a reflection about what he learnt in his family and with other people around
him, when I watched him beavering like this I just thought “Ok, he’s saying it
right now, but someday he will noticed it’s a wrong thing” – I’m not saying
that all people will change their minds in the future, but I knew he would change
because I know him.
It’s necessary have a few faith in the humanity! I
need to say it because some time ago I was extremely disbelieving of humanity
and this friend scold me about it. We need to have faith in the humanity, there’s
a lot of evil people in the world, but there’s also a lot of amazing people
doing awesome things. And if you want to know it, I already had said stupid
things, and I’m ashamed for them always when I remember, but I’m so thankful
for my evolution, for have this wonderful opportunity of change my mind.
Oi Luana,
ResponderExcluirVc me fez lembrar de um fato que me marcou muito. A família de minha mãe é do RJ, então qdo eu era criança e adolescente ia muito para lá. Sempre que passeava de carro com meus primos e passava por uma casa na Gávea, eu falava que adorava aquela casa. Cresci, passei uns 5 anos ou mais sem ir para o RJ e quando fui, meu primo resolveu ir a um barzinho em cujo caminho estava a Gávea. Ao passar pela tal casa na Gávea ele me disse: "Vc não se lembra desta casa que vc gostava tanto". E eu respondi: "Eu ainda gosto desta casa". Ele achou minha resposta um absurdo, pois eu elogiava muito a casa antes, e naquele momento "ainda gostava". Eu mudei, cresci, estudei artes e a casa não mudou. As pessoas têm dificuldades de aceitar nossas mudanças, mas eu me reservo o direito de mudar sim, para melhor ou para pior, ou nem isto, mudo de acordo com o momento de vida que estou tendo.
Adorei o texto.
Bjs
Oier! <3 Por um lado concordo contigo, por outro, com seu amigo. Acredito que certas coisas precisam sim de uma certa convicção, porque se não, como poderemos confiar na palavra de tal pessoa?! Não digo no caso de uma coisa boba como cor, gostar ou não de tal comida e etc... Mas tem outras coisas que, do meu ponto de vista, é necessário manter uma certa opinião formada, afim de passar credibilidade... Tudo depende do que for! Acho que fiquei meio vaga, mas enfim... UHAUHAUHA! Beijo! <3
ResponderExcluirHey Luana! Tudo bem?
ResponderExcluirAdorei seu texto, super de acordo com a sociedade atual...
As coisas andam se alternando tanto que realmente em algum momento acabamos mudando o olhar sobre determinado assunto, às vezes até por uma questão de idade mesmo.
Passando para comentar que estou com blog novo. Espero sua visitinha :)
Beijos♥
edarosa.blogspot.com.br
Adorei o texto! Eu mesma já mudei de opinião várias vezes (e felizmente!). Agora, quando olho para trás, vejo o quanto evoluí.
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