quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Porta Estreita






No dia 14 do último mês foi lançado o livro de poesias “Porta Estreita” do meu amigo Joe Sales. O evento foi realizado em uma livraria da nossa cidade e contou com a presença de familiares, amigos e admiradores do seu trabalho. Eu, particularmente, me encaixo nas duas últimas categorias, de amiga e de muito admiradora do seu trabalho. Joe é graduado em Letras e atualmente mestrando no programa de Mestrado em Estudos de Linguagem na Universidade Federal de Mato Grosso.
Meus primeiros contatos com o seu trabalho foi durante a graduação. Li alguns dos seus poemas e posteriormente, numa apresentação cultural num evento da universidade ele declamou alguns poemas em público e acho que aquele foi o primeiro momento que eu pensei “Nossa, ele escreve realmente muito bem!”. Como amiga e como fã sempre torci pelo seu sucesso. Desculpem-me se minha resenha está demasiada pessoal, mas é difícil falar do trabalho de um amigo sem mencionar o relacionamento que temos.
Falemos agora sobre “Porta Estreita”, que é o primeiro livro do autor e fora publicado pela Editora Penalux. O título, além de remeter a um termo bíblico, parece ir simbolizando as diversas portas que se abrem e se fecham, as chaves, as passagens, as experiências...O caminho em silêncio, o vazio, experiências dolorosas e os prazeres da vida. Parece-me que o livro nos direciona a um caminho a uma porta específica, inicia-se com uma dor e caminha até a porta da liberdade.
A linguagem dos poemas vai se construindo de forma muito cuidadosa, formando imagens ora delicadas, ora dolorosas, ora perdidas e que depois se encontram. As lembranças e os sentimentos entremeiam os versos em retratos de uma alma caminhando da prisão do próprio ser para a liberdade. Tentando encontrar o caminho, fugir do vazio na tentativa de conseguir a chave que abre a porta. As diversas chaves e as diversas portas presentes na obra.



Destacarei alguns dos poemas que mais gosto.


Delírio

Uma voz dentro do pássaro
Guarda belezas
As quais aprisionam instintos de recusa
Recusai a chave que vem sem luta
Recusai a chave que vem sem luta

(p.19)

Retrato

Ao amanhecer uma ternura
Pareceu morrer
Ou foi a lembrança que escapou dos olhos?

(p.21)

“vou querer asas nos meus olhos também
Minha visão precisa conhecer rumo novo
Quando o ocaso se confundir comigo
Eu terei 70 anos
Ou serei como Deus?”

Do poema “Para compor minha existência no futuro” (p. 71 e 72).



2 comentários:

  1. Como eu gosto de poesias, muito bonito esses versos que vc escolheu, é incrível como cada mente consegue formar coisas incríveis com as palavras.

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  2. Eu amo poesias, não conheço as obras dele, mas parecem bastante interessantes. Sou apaixonada por literatura, fiz letras só por causa disso rs

    pastelgothsyndrome.blogspot.com.br

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