Em meio a um dos
maiores eventos tecnológicos imagináveis, com o patricocínio de uma longa lista
de empresas incentivando as inovações tecnológicas e buscando os possíveis
gênios, se caminha por entre algumas mesas e encontra um grupo de campuseiros
com pincéis e tinta ou com peças tão pequenas para terminar um minuscioso
trabalho artesanal.
A arte e a
tecnologia se unem ao redor de um casemod. Em tempos de grande evolução
tecnológica, em que se prioriza a praticidada, a industrialização parece
pisotear a arte. Afinal por que fazer artesanato numa época de produção em
massa? Para que serve a arte?
Eu tive a
oportunidade de acompanhar parte da confecção de um dos casemods apresentados na
Campus Party, o Charizard. O processo não foi muito diferente do trabalho de
outros escultores que eu já acompanhei, que fazem nascer criaturas da matéria
bruta. E qual a função da escultura afinal? Se não simplesmente despertar a
apreciação? E por que o escultor precisa exercer sua função se afinal a
sociedade sobreviveria sem sua arte?
O artista em
questão precisa consciliar sua arte com o trabalho de oito horas diária e o
deslocamento cansativo entre o trabalho e a casa. Mas a arte é importante e por
isso é preciso dedicar-se diariamente a ela. Não apenas para que se ganhe a
premiação do concurso de quem tem o computador mais estilizado, mas porque a
própria proposta do casemod demonstra o desejo da individualidade. Seja colando
adesivos na CPU ou construindo uma escultura de dois metros de altura.
Não basta que o
computador tenha a sua função primordial é preciso que ele represente a
personalidade de quem o obtém e a arte chega a um ponto que a capacidade da
máquina já não importa tanto quanto a sua estética e tudo o que ela representa.
A arte é colocada à frente da tecnologia.
Quando eu chego
à Campus Party e me deparo com a exibição de casemods é um daqueles momentos
que eu consigo perceber que há algo além de números, de oito mil pessoas que
compõe a engrenagem desse grande evento, mas que há indivíduos, sonhos e
imaginação. Que há pessoas e projetos incríveis. E que o ser humano ainda é
mais importante que as máquinas.
#EscreviNaCampus
Parabéns, muito bom o texto. Emerson esta de parabéns pelo trabalho realizado.
ResponderExcluirGostei muito do texto, nos dá uma ideia do quanto é trabalhoso viver e fazer arte, não conhecia muito todo esse universo que vc esta trazendo em seu blog, muito bom aprender :)
ResponderExcluirGostei da sua reflexão. Infelizmente a arte é muito desvalorizada por aqui... ainda mais se é feita no papel - algo tão descartável.
ResponderExcluirAchei fantástico que no caso desse trabalho que você expôs é arte em cima de algo produzido em série, como se fosse algo... inverso :3