Na casa onde eu cresci morávamos meus
avós maternos, minha mãe e eu. Se havia alguma coisa garantida na minha casa
era que sempre haveria algum animal de estimação, especialmente gatos. Meu avô
adorava gatos e transmitiu aos filhos e netos essa paixão. Quando eu nasci ele
tinha um casal de gatos que se chamavam João e Joana. Logo que minha mãe ficou
grávida o João não gostou nenhum pouco. Ele era muito apegado a minha mãe e
sentia que tinha alguém roubando a atenção dele. Em uma das fotos em que a
minha mãe estava grávida exibindo o barrigão ele pulou na frente da câmera todo
enciumado. A foto está no álbum com as minhas fotos de quando eu era bebê, mas eu
não tenho lembranças do João, exceto uma que eu consigo resgatar na minha mente
que foi um pouco antes de ele morrer. Ele tinha se envolvido numa briga com
outro gato e ficou muito ferido e ficava dentro de uma caixa onde meu avô dava
remédios e cuidava dele. Não me deixavam chegar perto, provavelmente para eu
não me chocar com a cena.
Com a Joana a
situação foi diferente, sempre tivemos uma conexão especial. O engraçado é que
minha mãe queria que meu nome fosse Joana, em homenagem a minha tataravó, que
minha mãe considera uma heroína. Eu teria o mesmo nome da gata. A Joana, gata,
também foi uma heroína para mim. Ela sempre estava por perto cuidando e
protegendo. Há dois fatos interessantes que minha mãe sempre conta e que envolvem
essa gata. O primeiro aconteceu quando eu era recém-nascida. Existe uma espécie
de mariposa que algumas pessoas acreditam que seja capaz de fazer adoecer os
bebês que ainda não são batizados e que chamam vulgarmente de bruxa. Um dia uma
dessas mariposas estavam sobrevoando o meu berço enquanto minha mãe estava
dormindo. A Joana saltou sobre o berço para pegar a mariposa e caiu sobre a
cômoda quebrando um abajur, minha mãe acordou assustada com o barulho e só
então percebeu o que havia acontecido. Não sei se a mariposa ia me fazer
adoecer ou se a Joana acreditava nisso, mas ela enxergou perigo naquela
situação e decidiu reagir. O segundo fato aconteceu quando eu comecei a andar e
eu estava indo ao encontro da minha mãe na cozinha. Naquela ocasião havia uma
cobra havia entrado em casa e ninguém havia percebido e ela estava entre a sala,
onde eu estava, e a cozinha. Quando a Joana percebeu ela se deitou sobre a
cobra, esticando todo o corpo para que eu não pisasse nela e ela não me picasse.
Eu passei para a cozinha sem que nada me acontecesse. Minha mãe estranhou o que
a gata estava fazendo e só então percebeu a cobra e chamou alguém para se livrar
dela.
Eu só tenho
conhecimento desses dois fatos narrados pelo fato da minha mãe contá-los, mas
eu me lembro de outro fato interessante que eu vivi com a Joana. Eu tinha cinco
anos e adorava brincar com terra e numa dessas ocasião eu fiquei com um
bicho-de-pé no meu pé. Esse problema era resolvido esterilizando uma agulha de
costura e a usando para retirar o bicho que estava alojado debaixo da pele, mas
isso era um processo bem doloroso e eu não estava disposta a contribuir. A
minha mãe me segurou para não fugir enquanto minha tia tentava tirar o bicho
com a agulha. Eu comecei a chorar escandalosamente e assim que a Joana ouviu
ela tentou me socorrer, me puxando pela roupa e arranhando e mordendo minha tia
e minha mãe já ele enxergava como as
causadoras do meu sofrimento. E ela ficou repetindo isso até que elas me
soltassem e eu parasse de chorar para que ela pudesse ter certeza de que eu
estava bem.
Quando eu nasci
a Joana já estava há alguns anos na minha família e ela morreu de velhice
quando eu estava com oito anos. Foi muito triste perdê-la. A Joana foi uma gata
incrível! Eu tive outras experiências maravilhosas com outros gatos também, mas
nenhuma assim tão intensa e tudo isso fez fortalecer em mim essa paixão pelos
gatos. Eu simplesmente não consigo compreender como alguém pode não gostar
desses animaizinhos tão adoráveis ou achar que os gatos não são capazes de amar
ou de demonstrar afeto pelos donos. Creio que as pessoas que dizem isso são
extremamente insensíveis e incapazes de saber o que é amor verdadeiro. E quando
me questionam por que eu gosto tanto de gatos e mesmo tendo alergia eu não
largo deles, bem, é por essas e outras coisas.
PS: Vou ficar devendo a foto da Joana
porque infelizmente não tenho nenhuma no meu álbum.
In the house where I grew up I lived
with my mother and my maternal grandparents. If there was one certain thing in
my home was that there would always be some pet, specially cats. My grandfather
loved cats and taught this love to the sons and grandsons. When I was born he
had a couple of cats named João (the male one) and Joana (the female one). When
my mother became pragent João disliked it. He loved my mom and thought that the
little crature inside her was stoling all the attetion. There’s one photo in my
babyhood album when my mother was pragnat and showing her big belly and he
jumped in front of the camera, he was jealousy. But I don’t remeber him, except
for one memory just before he died. He had a fight with another cat and was so
injured. My grandfather kept him into a box where he medicated him and dressed
his wounds.
Between Joana and I the relationship
was different. There’s a funny fact about us. My mother wished my named was
Joana in honor of my great-grandmother who she see like an heroine. I would
have the same name of the cat. Joana, the cat, was also na heroine. She was
always taking care and protecting me. There were two happenings that my mother
oftenly tell me and they’re about this cat. The first one was when I was a
newborn baby. There’s a kind of moth which some people belive it can make non-baptized
babies sick and they call it witch. One of these moths was flying over my
cradle and Joana Jumped, catch the moth, fell on the dresser and broke a lamp. So my
mother woke up and noticed what she had done. I don’t know if the moth would
make me sick or if Joana believed in it, but she saw a dangerours situation and
acted. The second one happened when I was learning to walk. My mother was in
the kitchen and I was walking to her, but I snake had entered in my home and
nobody had noticed. It was near the kitchen and when Joana see that I would
step on it. She laid on the snake and stretch the body and kept this position
untill my mother saw and asked to
someone throw the snake away.
I just can know about this
happenings because my mother told me, but I remeber one interesting situation
wich I lived with Joana. I was five and loved play with earth and one day I got
chigoe into my foot. To resolve this problem, normally someone sterilized a sew
needle and try to remove it from the underskin. It was painful and I was not
inclined to do it. My mother hold me while my aunt tried to take the chigoe
out. I cried loudly and Joana came to save me. She bitten and scracthed my
mother and my aunt and pulling me by the cloth. repeating this until they let
me free, I stoped to cry and she was sure that I was fine.
When I was born Joana has being with
my family for many years and when I was eight she was very old and died. It was
a very sad happening. Joana was an amazing cat! I had many happy situations
with other cats but nothing as wonderful as what a lived with her and
everything made me love cats. I can’t understand why someone dislikes theses
lovely pets or thought they’re not able to love humans. When someone says me it
I think this person is totally unfelling and can’t see true love. When someone
asks me why I love cats so much and don’t be away from them even being allergic
I answer that it’s because of everything I lived.
PS:
Unhappilly I had no photo of Joana in my album.
Linda narrativa, imaginei até os cenários :)
ResponderExcluirA Joana foi como um anjo da guarda pra você. Gatos são mesmo especiais, a daqui de casa é muito dengosa e carente, se você estiver de braço cruzado no sofá, ela entra em baixo com força para que você faça carinho nela, é engraçado!
Ah, e por aqui tem dessas "bruxas" aos montes, rsrs
Bjs
Achei sua história com a Joana muito linda. Gosto muito quando você conta essas experiências que teve com gatos. Também não entendo esse sentimento geral de que gatos são insensíveis e outras baboseiras... convivi com gatos maravilhosos e super carinhosos na infância. Eu não sabia que havia essa crença em torno das bruxas!
ResponderExcluirBjs
Que linda história ♥
ResponderExcluiremocionou.
como é bom esse contato com os animais,são momentos,emoções e experiências que levamos pra vida toda.
bjos
É incrível como esses pequenos acabam se tornando parte da família, muito bonita sua experiência com gatos :)
ResponderExcluirTambém não entendo como pessoas podem não amar gatos. Amo suas narrativas e essa com certeza virou minha favorita. você lembra de como Joana era esteticamente? Fiquei curiosa em saber, imaginei ela como um gato preto de olhos amarelos como o sol *-*
ResponderExcluirOi, Nana! Que bom que gostou da narrativa. A Joana era rajada/trigrada com olhos verdes.
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