quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Primeiro contato/ First Contact


Hoje é um dia demasiado lúgubre e não propício aos meus odes; porém de uma forma inusitada eu não pude deixar de me lembrar do meu primeiro contato com a morte. Desde muito cedo você sabe que um dia as pessoas morrem, mas não faz idéia do que seja a morte até alguém próximo a você morrer. Eu soube o que realmente era a morte quando tinha sete anos.
Nós morávamos com os meus avôs maternos e a minha avó era fisicamente debilitada devido ao reumatismo, porém sua mente era perfeitamente sã. Ela cuidava de mim, mesmo com as suas mãos fracas e doentes, e brincava comigo. No último dia em que ficamos juntos brincávamos com um chapéu colorido durante todo o dia.
Na manhã seguinte eu fui trabalhar com a minha mãe, mas antes eu passei no quarto dos meus avôs, eles estavam conversando e eu julguei que ela estava diferente, por isso não entrei para dizer que eu estava saindo com a minha mãe. Algumas horas depois ligaram no celular da minha mãe dizendo que a minha avó havia falecido. Voltamos para casa, providenciamos o velório, que para mim não passou de uma reunião de família em que eu e meus primos brincamos o tempo inteiro, eu ainda não entendia o que estava acontecendo.
Passado alguns dias eu fui ao quarto dos meus avôs antes de dormir, e como era de costume eu disse “Boa noite, vô! Boa noite, vó!” – mas apenas meu avô respondeu e eu senti um vazio enorme. Nesse momento, na minha cabeça de criança de sete anos de idade, eu entendi o que era a morte. Num dia uma pessoa existe e no outro deixa de existir.
Today is a gloomy day and it’s not appropriate to my odes, however I must to remember my first contact with death anyway. Since we were child we know people die, but we don’t know what is it until someone close die. I knew what it really is when I was seven.
We lived with my grandparents on my mother’s side and my granny had debilitated body because of rheumatism, but her mind was perfectly sane. She took care of me, and even with weak and sick hands, she played with me. During the last day we stay together we played with a colored hat all time.
In the morning later I went to work with my mother, but before I went to my grandparent’s room and they were talking and I thought she was strange, so I didn’t get in to say I was going with mom. Some hours later my mom received a calling and she said me granny was dead. We went back to home and made the deathwatch, it made no sense to me, it was just a family reunion. My cousins and I played all time, I didn’t understand what was happening.
Some days later I went to my grandparents’ room, and as it was usual I said “Goo night, grandpa! Good night, grandma!” – Just my grandpa answered me and I felt the emptiness filling me. In this moment, in my child mind, I understood what death is. One day a person exists and in the other she doesn’t exist more.

3 comentários:

  1. Ei minha querida!
    meu primeiro contato com a morte, de fato, foi com meu avô por parte de pai..foi estranho pq eu me senti triste, mas foi uma coisa de momento...porque não tínhamos muito contato...Esse ano perdi minha avó por parte de pai....essa sim, foi um pouco estranho..depois, chegar na casa dela, entrar no quarto dela, mexer no guarda-roupa e sentir o perfume dela nas roupas, s
    esperando que em algum momento, ela ia chegar por traz de mim e dizer, "O minha filha, Jesus te abençôe.." (ela costumava dizer isso)...
    Bem, dela tenho a melhor lembrança..ganhei de herança todas suas agulhas de tricô!Ela me ensinou e a nossa ultima conversa foi sobre tricô!
    Beijos!

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  2. Ah eu sei como e isso, haha chorei lendo seu post, serio D:
    porque ano passado, também perdi minha avó, e não tinha me tocado, quando eu cheguei um dia depois de ela ter falecido, no quarto dela e via aquele vazio, ai que eu me deparei que tinha perdido uma das pessoas mais importantes da minha vida D:
    Chorei dias depois disso D:
    E ainda por cima não foi o meu primeiro contato com a morte D:

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  3. Oi minha querida..post que mexeu com meu coração..Meu pai faleceu este ano e tive a exata medida de como a morte pode nos dilacerar por dentro. Mas há de se tocar a vida..é o que dizem (e o que procuro fazer), mas é como se algum dia ele fosse voltar e estar lá no quarto dele..mas o dia nunca chega, sabe?..Beijos e parabéns pela reflexão e por compartilhar conosco sua vida.

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