Ela não era a garota mais bela e mesmo assim tinha alguns
pretendentes, mas nenhum lhe interessava. Apreciava sua própria companhia,
gostava de atividades solitárias. Adorava observar e fotografar o ambiente ao
seu redor. Seus amigos eram os livros e os fenômenos da natureza. A propósito,
a natureza era algo que ela muito apreciava, gostava de se sentir parte dela.
Certo dia, no fim do outono, ela viu o inverno chegar.
Mas não como a maioria das pessoas vê, percebendo a temperatura cair e a neve
repousar sobre tudo ao redor. Ela o viu de uma forma que apenas uma pessoa extremamente
sensível poderia ser capaz de ver. O inverno personificado num cavalheiro muito
pálido, de cabelos claros e trajes elegantes; que fazia tudo ficar branco e
gelado por onde passava, como uma criatura mítica.
Ele lançou um olhar solene e ficou a certa distância a
observando, até chegar ao ponto de saber quantas vezes ela respirava ao longo
do dia, cada gesto, cada pensamento, cada detalhe... Ela sabia de sua presença
ali, mas não se importava. Se já havia observado o inverno tantas vezes por que
ele não poderia observá-la também?
E
assim ficaram observando um ao outro, encantados, hipnotizados. E então, antes
que a primavera pudesse chegar e estragar com doçura e beleza toda a frieza do
inverno ela decidiu juntar as últimas fagulhas de sua coragem e agir. Caminhou
até ele e o abraçou e deixou que a frieza a percorresse; e dessa forma ela se
tornou parte do inverno. Ele passou a leva-la por onde quer que fosse.
É
bem certo que ela já tenha nascido com um pedacinho do inverno dentro de si e
quando o viu apenas reconheceu aquilo que sempre foi seu.
She
wasn’t the prettiest girl nevertheless she had some swains, but none interests
her. She enjoyed her own fellowship, liked solitary activities. She loved to
observe and photograph the environment around her. By the way, she really appreciated
the nature and liked to feel part of it.
One
day on autumn end she watched winter coming. But not like the most of people
see, noticing the temperature getting down and the snow falling on everything. Winter
was personified like a very pale gentleman, with light hair and elegant
clothes; who made everything white and cold wherever he passes, like a mythical
creature.
He
looked at her solemnly and stayed a bit far observing for some time. Until know
how many times she breathed during a day, each action, each though, each detail…
she knew he was around here, but didn’t mind. If she had observed the winter
many times why couldn’t he observe her too?
So
they observed each other, enchanted, hypnotized. And so before spring could
come and ruin the winter coldness with all her sweetness and beauty, she
encouraged and acted. Walked to him and hug and let his coldness travel her
body; so this way she became a part of him.
Surely
she was born with a piece of winter inside of her and when she saw him she recognized
what always was hers.
Imagem/ Picture: Tumblr
Luana, querida! Lindo e inspirador post sobre o olhar da beleza que está sempre diante de nossos olhos, mas nem todos os olhares são sensíveis o suficiente para enxergarem mudanças maiores... Beijos!
ResponderExcluirIsso foi magnífico, muito lindo mesmo! O inverno é a estação mais bonita, elegante, confortável e extremamente atraente. O texto é realmente muito inspirador! ♥
ResponderExcluirQue lindo!Eu adoro inverno, e ver ele personificado desse jeito foi uma ótima experiência.
ResponderExcluirOi Luana,
ResponderExcluirAchei o conto original e belíssimo. Parabéns!
Beijos 1000 e um final de semana maravilhoso para vc.
www.gosto-disto.com
Muito lindo esse texto, delicado e inspirador, realmente adorei!
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